sábado, 31 de janeiro de 2009

Arte Poética


Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros.
Respondi-lhe que me escrevia a mim.
Escrevo-me.
Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto.
E o que sinto é o que existo e o que sou.
Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas,
e nas palavras mais belas: claridade, pureza, céu.
Transformo-me todo em palavras.

José Luis Peixoto, jovem escritor português
Imagem: Árvore de Palavras - Museu da Língua Portuguesa - SP
Vídeo: Arte Poética disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=fkDqdR94tDs

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Diabolô...ora vejam!


Aurora, com Movimento

A linha móvel do horizonte
Atira para cima o sol em diabolô
Os ventos de longe
Agitam docemente os cabelos da rocha
Passam em fachos o primeiro automóvel, a última estrela
A mulher que avança
Parece criar esferas exaltadas pelo espaço
Os pescadores puxando o arrastão parecem mover o mundo
O cardume de botos na distância parece mover o mar.

Vinícius de Moraes - O Encontro do Cotidiano disponível em:
http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/exposicoes-virtuais/um-oceano-de-culturas.html
Diabolo é um brinquedo antigo originário da China, muito famoso em todo o mundo, a evolução do ioiô chinês. Ele é composto por duas semi-esferas unidas invertidas que devem ser movimentadas e equilibradas por um cordão acionado por duas baquetas. Com o diabolo, um jogador experiente consegue fazer centenas de manobras. Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nossa língua, nós...


[...]"o adjetivo é a alma do idioma, a sua porção
idealista e metafísica. O substantivo é a realidade
nua e crua, é o naturalismo do vocabulário."

Machado de Assis, Teoria do Medalhão.


Disponível em:
http://www.usc.br/edusc/bienalsp/pdfs/t-medalhao.pdf

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vinícius, 1938


Já faz algum tempo que não tenho postagem com textos de Vinícius. Escolhi esse soneto que está impresso numa parede do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

Obras assim dão sabores à Língua....Degustemos, pois.


Foto: Museu da Língua Portuguesa, SP, 27.01.2009

Musica: Caetano - Eu sei que vou te amar (Vinícius de Moraes)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ternura antiga




Ai, a rua escura, o vento frio
Esta saudade, este vazio
Esta vontade de chorar
Ai, tua distância tão amiga
Esta ternura tão antiga
E o desencanto de esperar
Sim, eu não te amo porque quero
Ah, se eu pudesse esqueceria
Vivo, e vivo só porque te espero
Ai, esta amargura, esta agonia


Dolores Duran
Composição: Dolores Duran e J. Ribamar

Bolero Blues

Quando eu ainda estava moço
Algum pressentimento
Me trazia volta e meia
Por aqui
Talvez à espera da garota
Que naquele tempo
Andava longe, muito longe
De existir
Tantos tristes fados eu compus
Quanto choro em vão,bolero blues
Eis que do nada ela aparece
Com o vestido ao vento
Já tão desejada
Que não cabe em si

Neste crucial momento
Neste cruzamento
Se ela olhar para trás
É bem capaz de num lamento
Acudir ao meu olhar mendigo
Mas aquela ingrata corre
E a Barão da Torre e a Vinícius de Moraes
São de repente estranhas ruas
Sem o seu vestido ficam nuas
E ao vento eu digo
-tarde demais

Quando ela já não mais garota
Der a meia-volta
Claro que não vou estar mais nem aí

Composição: Jorge Helder e Chico Buarque

domingo, 25 de janeiro de 2009

...da garoa


455 anos
Parabéns,
São Paulão!!!

música: Adoniram Barbosa canta Trem das Onze- http://br.youtube.com/watch?v=ceBdGz3eTFg
Imagem: Viaduto do Chá, disponível em:

Tatuagem da vida.


Ontem vivi uma experiência pela qual nunca tinha passado: Fiquei frente a frente, 'cara a cara' mesmo, com um homem com uma arma na mão. Só a grade do portão de casa nos separava. Eu, de começo não entendi bem o que se passava, enquanto tentava, num gesto habitual, colocar o cadeado no portão, até que me dei conta que aquele rosto pardo tão perto do meu e que falava comigo de modo rápido e ininteligível, era parte de um rapaz que portava uma arma e era um assaltante.
Entrávamos em casa, minha amiga e eu, retornando da caminhada. Vizinhos na rua, cachorros festivos... tudo dentro da normalidade. Abri o portão e, enquanto dava passagem à minha amiga, impedia que um dos nossos cachorros saísse pra rua. Ela já havia atravessado o portão e entrava no abrigo. Inesperadamente, ele surgiu e rompeu com a cena do cotidiano. Incrível é como, nesse momento, eu perdi a noção da sequência da minha história que já havia desenhado: chegar em casa, dar bom dia aos filhos (o filho dela havia dormido em casa) conversar um pouco, tomar um suco...Não. Essa sequência foi interrompida com essa súbita chegada. Esqueci dos vizinhos na rua, dos cachorros que poderiam sair com o portão aberto. Consigo pensar nisso agora. Naquele momento, quando 'dei por mim' e vi que atrás dele vinha mais um, larguei o cadeado, corri pra dentro. Ignorando a presença dos cinco cachorros, ele, e em seguida o seu parceiro, avançaram em direção a nós, minha amiga e eu, esbravejando palavras confusas e ordenando pra que déssemos a chave do carro. Eu tremia, aliás, eu me sacudia. Pavor. Percebi que eles queriam sair dali o mais rápido e eu também. Queriam o carro pra sair, fugir, sei lá. Ela deu a chave. Pediram aliança, relógio, carteira...coisas que só ela tinha, exceto a aliança e eu tinha apenas a chave de casa. Ela tentou dialogar, pediu que deixassem os documentos...nada. Esse tempo foi o bastante para que eu percebesse que esses dois moços, com intenções claras pra eles e, por nós, suposições: vieram nos assaltar. Por fim, deu a bolsa e o relógio. Eles se foram. O primeiro, que me abordou, olhava pra trás enquanto saía eu o segui até perto do portão. Segundo minha amiga, eu disse a ele(que abuso!!) pra que encostasse o portão pra que os cachorros não saíssem... Pode??? Bobagens dessas que a gente diz quando se encontra em 'situações extremas'. Rimos disso...mas bem depois de entrarmos em casa, abraçarmos os filhos, que estavam juntos, os três, dois meus e um dela, que não viram nada, mas ouviram tudo e já bolavam um plano para 'nos salvar'. No decorrer do dia, procuramos manter as atividades programadas, até para não dar chance para o desconforto que esse fato nos causou.
Hoje ao escrever sobre o assunto revejo as cenas que de vez em quando me ocupam o pensamento...algumas imagens mais, outras menos nítidas, sons confusos...o medo, o sentimento incerto entre o que foi, o que poderia ter sido e o que poderia ter sido evitado... Seguramente um fato assim deve figurar na lista das piores coisas que podem acontecer às pessoas.

A rua em que moro é considerada tranquila, mas contabilizamos alguns dados: Todos os meus vizinhos já foram, de alguma forma, vítimas de violência: alguns tiveram suas casas invadidas por bandidos, fizeram as famílias reféns e roubaram aparelhos eletrodomésticos e os carros e outras vezes, apenas os carros.

Em janeiro de 2000 essa mesma amiga teve seu carro roubado em frente a minha casa e em 31 de janeiro de 2007 foi a vez do meu carro ser roubado em frente de casa.

...temos que dizer que, felizmente, os anjos estavam conosco e não ocorreu nada mais grave!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Nossa língua, nós...



O Fórum Social Mundial ocorrerá no Brasil de 27 de Janeiro a 1º de Fevereiro. É um espaço de debates com a participação da sociedade civil, representada através de organizações, movimentos e entidades. A participação nos eventos se dá através de inscrições de atividades auto-gestionadas, cujos temas se aproximem dos eixos temáticos que sustentam o encontro. Norteado pela 'Carta de Princípios' que o legitima (FSM - 2001, Porto Alegre, RS), os temas elencados encerram conceitos que se expressam através de palavras-chaves como: sustentabilidade, ética, direitos humanos, desafios e mudanças, soberania, diversidade e igualdade, conhecimento e educação, cultura e política, entre outros, e revelam a essência da trajetória desse debate de abrangência mundial e que vem se consolidando ao longo de quase dez anos.
Programação para este ano: Abertura - dia 27 à tarde (marcha) e
o dia 28 será o Dia da Pan-Amazônia: 500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular. Essa data será dedicada a levar ao mundo as vozes da Amazônia, por meio de diversas atividades, como testemunhos, conferências, celebrações e mostras culturais."
De 29 a 31 de Janeiro serão realizadas as demais atividades auto-gestionadas. Por fim, no dia 1° de Fevereiro, ocorrerá o encerramento do FSM 2009, com ações descentralizadas e auto-gestionadas, onde devem ser apresentados os acordos, declarações e alianças construídos no decorrer do evento.







quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

é virtual...é sentimento...


É inusitado o sentimento de perda de alguém querido, que eu conheci apenas virtualmente e com quem desenvolvi laços afetivos no decorrer de mais de cinco anos. Não sei com que comparar o vazio que a notícia da morte provoca, depois do silêncio que perturba.
Web é sobretudo comunicação e 'aproximação' e a nossa amizade foi fruto desse benefício.
Contraditório é o sentimento de se ter o amigo (distante) e de repente não se ter mais...porque ele continua distante, continua amigo, mas já não está lá...(Surreal, isso!!!)

Nossa amizade surgiu como tantas outras, no antigo chat 'psiu', em uma das salas (30-40 anos) que era frequentada por pessoas do Brasil e Portugal.


Português e morador de Santarém, angolano de nascimento, no chat ele era o 'Falcão' e embora o nick impusesse certa força, ele sempre fora um cavalheiro. Tímido, falava pouco, se expressava menos nas palavras e mais através das músicas e imagens que colocava na salinha e que revelavam seu lado romântico. Travamos ali uma amizade que durou de Junho de 2002 até Dezembro de 2007. Nesse período, o site de chat mudou, mas mantivemos a amizade. Um ano depois de um silêncio inquietante, eu soube de sua morte e da forma estúpida(como sempre consideramos a perda de pessoas queridas) como ocorreu, no próprio local de trabalho.
A melhor homenagem que posso fazer a ele é através de dois ícones que o representam: uma foto, que ele me enviou logo nas nossas primeiras conversas, da Lara, uma 'São Bernardo' da qual ele sempre falava com carinho e a sua música favorita, que um dia ele me dedicou: Samba pa ti, do guitarrista Carlos Santana.

Então, querido amigo Nico, enquanto vou tentando decifrar esses sentimentos que se alternam de presença e ausência e que me confundem entre o que é distância e proximidade, é 'pa ti' que o Santana vai tocar.
Imagem: Lara
Música: Samba pa ti - Carlos Santana, disponível em:

domingo, 18 de janeiro de 2009

O malabares e a aprendizagem...



Ao longo da vida, a minha experiência com as artes circences se restringiu a equilibrar vassouras pelo cabo, andar em pernas de pau e girar o caderno universitário nos dedos, respectivamente, na infância e adolescência. Pegar duas bolinhas e, enquanto arremessava uma para o alto, trocar de mão a segunda, rapidamente, até que a outra voltasse era o mais brilhante que eu conseguia fazer de malabarismos. Sair desse estágio foi o meu desafio. Descolar-me desse 'vício' adquirido e me colocar no lugar de aprendiz, mobilizar meu exército contra o desconforto e em favor dessa empreitada foi o que pretendi ao fazer a oficina de malabares.
Com muito boa vontade, o instrutor foi-me dando passos, um a um, reconhecendo o que eu já sabia fazer (!) e inserindo outras fases que fui dominando e considerei pequenos avanços com duas bolinhas: já lançava uma e a segunda, não mais trocava de mão, mas a lançava assim que a primeira começava a descrever sua trajetória de retorno. O resultado foi que, ao final, eu conseguia deslocar as duas bolinhas, em movimentos coordenados, num sincronismo que me surpreendeu.
Inserir uma terceira bolinha me parecia uma tarefa para quando eu já estivesse 'bam-bam-bam' dessa fase. No entanto, sem mesmo estar segura, o moço propôs a inclusão da terceira bolinha... Medo!! No entanto, estava ali pra isso, literalmente, na chuva, que começava a cair, nesse sábado quente de verão.
Segurar duas bolinhas em uma das mãos e uma bolinha na outra. Lançar sempre a bolinha da mão que detém as duas...lançar a bolinha da outra mão, e quando a primeira começa a trajetória de volta, lançar a segunda. A conclusão é que as bolinhas vão desenhando uma parábola no ar, como se tivessem vida própria ou fossem apenas uma extensão da minha energia dirigida, conduzindo-as àquela geometria espacial. À parte, é uma delícia ver a habilidade do instrutor. Inversamente proporcional, fracassos, um atrás do outro se revelavam nas minhas tentativas...até que...dado momento, percebo que posso, com a mão que tem apenas uma bolinha, ao receber a segunda, lançar a primeira suavemente, como se empurrasse alguém num tobogã, sem resistências... e avanço mais um passo: lanço a bolinha com a mão que tem as duas, no retorno dessa, lanço a da segunda mão, não seguro a primeira bolinha lançada...mal chega, toco nela com leveza...e assim ela se lança, suavemente em direção à outra mão... que nem sempre a acolhe, mas esse será o próximo passo.
Depois de um certo tempo, alguém que sequer sabia trocar duas bolinhas de mão, atribuindo a ambas uma altura parecida, ao final, saí conseguindo realizar ao menos quatro troca de mãos...não é fantástico? Entretanto, o mais curioso foi quando, em dada altura, quando cheguei ao 'meu melhor' 'do meu avanço diário, deu-me praticamente um 'branco...e já não dominava mais as três bolinhas, caindo-me como se fossem liquefeitas... e tive que recomeçar, não do que eu sabia, que era trocar de mão as duas, mas jogar uma unidade por vez...para iniciar os passos todos, novamente.

... hay que tener paciencia y persistencia.
Imagem:Palhaço em Malabares - Marco Bastos.


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

...e o prêmio vai para...Xavi


"É um futebolista excepcional. Será muito dificil para mim ganhar algum dia. Este é um prémio que distingue mais os jogadores com características individualistas, sobretudo avançados. Eu jogo muito para o colectivo e por isso não me destaco tanto", concluiu Xavi.

Xavi, comenta sobre o prêmio atribuído ao 'jogador do ano', o português Cristiano Ronaldo.
Na minha modesta opinião, por esse comentário ele já é um cara premiado.
Parabéns, Xavi, pela lição que dá sobre o espírito de coletividade que deve ser a essência de um bom futebol.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Sonho Acabou?


[...] Para me distrair, eu continuava escrevendo pensamentos, versos, contos, histórias, mas não mostrava a ninguém.
A respeito da Matemática, escrevi estes versos:

Que posso fazer da Matemática, se é da Gramática que quero saber?
Faço conta das contas, leio e releio,
mas o meu anseio é só escrever.
Na conta do mais, eu multiplico;
Dividir pelo meio, o dez nunca dá conta exata,
Sempre falta ou sempre sobra...e minha cabeça dobra.
Quando um problema termina,
revejo a conta de ponta a ponta
quero conferir, tento de novo...
e eu mesma me reprovo!
Pego outra folha, um verso escrevo;
Ajeito o enredo, não tenho segredo...
um verso escrevi falando de amor,
da vida e do mundo, de mágoas e de dor.
Oh, o meu saber!
Leio e releio, mas o meu anseio...
é só escrever.
Poesia extraída do livro: "O sonho acabou?" , escrito por Clementina Malagolini, a 'Kelé' que estaria completando 85 anos de idade, ontem.
Homenagem do Ceesa: http://www2.uol.com.br/tododia/ano2004/outubro/281004/opiniao.htm Poesia de natal: http://www2.uol.com.br/tododia/ano2002/dezembro/221202/caderz.htm Solicitação de manutenção da Praça:
http://74.125.47.132/search?q=cache:QjB576K9FbEJ:www.camara-americana.sp.gov.br/camver/requer/081452.doc+clementina+malagolini+gonzaga+dos+anjos&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Grandes tesouros...


Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
Pra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem

Imagem que me enlouquece
Como um louco no deserto
Que do nada me aparece
E tão distante és tão perto

Vejo-te envolta em poeira
Ou transparente cristal
E a loucura é mais inteira
O sonho quase real

Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
Pra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem

PRA ONDE QUER QUE ME VOLTE - Mário Rainho/Francisco Viana
Imagem: Fado

sábado, 3 de janeiro de 2009

Os livros...


estão aqui,
como uma galáxia pulsante,
e as palavras, dentro deles,
são outra poeira cósmica flutuando.
José Saramago
Imagem: Grandes tesouros

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sempre comigo


Em algum lugar uma voz chama
Do fundo do meu coração
Que eu possa sempre sonhar
Os sonhos que tocam meu coração
tantas lágrimas de tristeza
infinitas lágrimas rolaram
mas sei que do outro lado
Encontrarei você
Toda vez que caímos no chão
Olhamos para o céu lá no alto
E acordamos para o céu azul
Como se fosse a primeira vez
Como o caminho é longo e solitário
E não enxergamos o fim
Posso abraçar a luz
Com meus dois braços
Quando digo adeus meu coração pára
Com ternura eu sinto
Que meu corpo silencioso
Passa a ouvir o que é verdadeiro
O milagre da vida
O milagre da morte
O vento, as cidades e as flores
Todos nós dançamos numa só unidade.

Em algum lugar uma voz chama
Do fundo do meu coração
Continue sonhando seus sonhos
Não os deixe morrer
Por que falar de sua melancolia
Ou dos tristes pesares da vida?
Deixe tais lábios cantarem
Uma linda canção pra você
Não esqueceremos a voz sussurrante
Em cada lembrança ela ficará
Para sempre, para guiar você
Quando um espelho se quebra
Estilhaços se espalham pelo chão
Lampejos de uma vida nova
Refletem-se por toda parte
Janela de um recomeço
Quietude, nova luz da aurora
Deixe que meu corpo vazio e silente
Seja preenchido e nasça outra vez
Não é preciso procurar lá fora
Nem velejar através do mar
Porque brilha aqui dentro de mim
Está bem aqui dentro de mim
Encontrei uma luz
Que está sempre comigo.

(Creditos finais do filme "A viagem de Chihiro": Spirited away - Sempre comigo)