quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SINS, eu quero...


Eu nunca faço escolhas
Eu quero sempre tudo
Eu digo sempre sim
Eu não me confundo
Eu vou logo aceitando
Eu peço sempre muito
Eu quero ver o fundo
Eu não vacilo
O tempo todo eu mudo
Eu não duvido
Eu nunca pego restos
Eu não decido, eu quero...
Para estar em movimento
Invento alvos
Eu finjo que estou perto
Eu só minto pra mim mesmo
Atrás de frequ
ências, potências, clarezas
Alcei novas retas
Alcei novas rotas
Por onde pulsa a minha pressa
Eu não duvido
E sim eu digo
E sim eu quero
E sins, eu quero...
Há uma época da vida em que os quereres adquirem mais urgência...porque o tempo...o tempo não para...
SINS - Adriana Calcanhotto
Imagem - Bienal de artes 2010.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bem assim...

“Quero-te só para sonho”,
dizem à mulher amada,
em versos que lhe não enviam,
os que não ousam dizer-lhe nada.
Livro do desassossego - Fernando Pessoa
Imagem - litoral norte

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Brega, eu? ...


Chamada provocativamente de música brega, os 'clássicos' dos anos 70 e 80 da música romântica sobrevivem ao tempo e garantem o seu espaço no universo musical.
Quem ouve, assumida ou secretamente, seja apaixonado, solitário, traído, com 'dor-de-cotovelo', nostálgico, cada qual com seu motivo, a todos ela toca porque poesia e ritmo emocionam, confortam, embalam, rememoram sentimentos adormecidos... e convidam a cantar junto!
Como diria o grande radialista Hélio Ribeiro: "quem sabe, canta; quem não sabe, canta lá, lá, lá..."
Clica no título e canta junto! :)


Tu t'en vas
Et dans mon cœur ce n'est rien
Que quelques semaines à s'attendre
Tu t'en vas
Mes joies mes rêves sont pour toi
Impossible de t'y méprendre
Tu t'en vas
Et notre amour nous appartient
Nul ne saurait nous le reprendre
Tu t'en vas
L'éloignement aide parfois
A mieux s'aimer mieux se comprendre
Tu t'en vas
Comme un soleil qui disparaît
Comme un été comme un dimanche
J'ai peur de l'hiver et du froid
J'ai peur du vide de l'absence
Tu t'en vas
Et les oiseaux ne chantent plus
Le monde n'est qu'indifférence
J'ai peur de toi j'ai peur de moi
J'ai peur que vienne le silence
Tu t'en vas
Et dans mon cœur ce n'est rien
Rien qu'un départ sans importance
Tu t'en vas
C'est mon cœur tu le sais bien
Rien qu'un caprice de l'existence
Tu t'en vas
Le temps l'espace ne sont rien
Si tu me gardes ta confiance
Tu t'en vas
Chaque matin qui vient tu sais
Pourtant (qu'enfin) tout recommence
Tu t'en vas
Je reste là seul et perdu
Comme aux pires heures de l'enfance
J'ai peur de l'hiver et du froid
J'ai peur du vide de l'absence
Tu t'en vas
Soudain pour moi tout s'assombrit
Le monde n'est qu'incohérence
J'ai peur de toi j'ai peur de moi
J'ai peur que vienne le silence

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

256 anos - enterrar os mortos e cuidar dos vivos...

Há trovões subterrâneos que vão engolindo Lisboa,
E de trinta cidades dispersam os lambris,
Das margens sangrentas do Tejo até ao mar de Cádiz
[...]
"Um dia tudo estará bem", eis aí a nossa esperança;
“Tudo está bem hoje em dia”, eis aqui a ilusão.

(Poema sobre o desastre em Lisboa – Voltaire)