
"Desce o menino a montanha,
Atravessa o mundo todo,
Chega ao grande rio Nilo,
No côncavo das mãos recolhe
Quanto de água lá cabia,
Volta ao mundo a atravessar,
Bebeu-as a flor sedenta.
Vinte vezes cá e lá,
Cem mil viagens à Lua,
O sangue nos pés descalços,
Mas a flor aprumada
Já dava cheiro no ar,
E como se fosse um carvalho
Deitava sombra no chão."
(Saramago, 2001)
Não consigo ler muito de Saramago, talvez seja preguiça mesmo de fazer o esforço de entender a sua escrita, mas não lhe tiro o valor ímpar da escrita conforme prova o bonito post.
ResponderExcluirJá ouvi dizer e já li que de Saramago ou se gosta ou se detesta, eu não estou em nenhum dos lados, estou sim a tentar aprender a gostar.