Não há, oh gente oh não,
Luar Como esse do sertão
Oh que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade
Tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Não há, oh gente...
Se a lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega Na viola que ponteia
E a canção
É a lua cheia
A nos nascer do coração
Não há, oh gente...
Coisa mais bela
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão, se faz luar
Parece até que a alma da lua
É que descanta Escondida na garganta
Desse galo a soluçar Não há, oh gente...
Ah, quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado
Numa grota pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez Não há, oh gente...
Na mesma perspectiva da interpretação da poesia de Chico Buarque em Futuros Amantes, de que um amor do passado, entre dois, fica no ar para quem quiser ou puder apanhar futuramente... que o amor entre dois 'serve' pra outros, a criação de Catulo da Paixão Cearense - Luar do Sertão é também uma matriz brasileira de onde tanta poesia se deriva.
Imagem: Caucaia - Ceará by Héder
Poema com características muito próprias, ate pelo difícil de entender , o conteúdo esta presente mas penso que apresenta alguns desdobramentos que são difíceis de descodificar numa leitura menos atenta.
ResponderExcluirQuase diria que o texto no final é como a poesia Cearence ….