quarta-feira, 26 de março de 2008

Fado (António Zambujo - ao vivo)

Sr. Vinho - Lisboa


Na minha casa ouvíamos muita música. Sempre havia um rádio tocando, uma vitrola rodando, mesmo na rotação 78, com discos pesados e antigos ou os mais leves como os LP's (long play), ou ainda os CD simples e duplos (compact disc). Quando criança, as escolhas eram feitas pelo meu pai; de gosto eclético, ia das 'bandas e dobrados' um gênero quase extinto, às marchinhas de carnaval, às músicas de raiz, como Zé Fortuna e Pitangueira, passando pelas românticas nas vozes masculinas de Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, Ataulfo Alves e femininas como Araci de Almeida e Dalva de Oliveira, Inezita Barroso, entre outras. Eram como suaves arabescos invisíveis decorando de forma delicada a nossa casa simples. É certo que traziam uma dose de nostalgia, emocionando meu pai que, tocado pelas músicas, poesias e pelas vozes das interpretações fortes desses cantores e cantoras, muitas vezes nós o víamos às lágrimas. Assim, convivi e cresci com essa diversidade musical, com a predominância na música romântica. Quando conheci o fado português já estava bem sensibilizada para sorver totalmente este gênero. Herança de meu pai, a paixão pela música, sobretudo o fado, eu trago comigo no meu baú de memórias. Sou uma apaixonada. Assim, estar numa casa de fado foi um privilégio, um pequeno 'luxo' de uma emoção singular. Quis mesmo, de forma egoísta, capturar uma fração daquele momento pra guardar e trazer comigo. É esse fragmento, através da imagem, que compartilho aqui hoje.
O fado é o FADO: "O fado é, por excelência, a canção de Lisboa. Produto de um sentimento próprio, de uma alma que não se explica mas que se sente, o fado é ainda hoje o produto mais nobre e genuíno da cultura popular portuguesa. E por ser tão próprio, é sempre uma surpresa para os turistas que visitam Lisboa. O fado é o fado e não há divisões a fazer. É a música que vem de dentro da alma portuguesa." (http://www.visitlisboa.com/fado_detalhe.asp?id=169)

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