sexta-feira, 27 de junho de 2008

A queima dos livros


Quando o Regime ordenou que queimassem em público
Os livros de saber nocivo, e por toda a parte
Os bois foram forçados a puxar carroças
Carregadas de livros para a fogueira, um poeta
Expulso, um dos melhores, ao estudar a lista
Dos queimados, descobriu, horrorizado, que os seus
Livros tinham sido esquecidos. Correu para a secretária
Alado de cólera e escreveu uma carta aos do Poder.
Queima-me! escreveu com pena veloz, queima-me!
Não me façais isso! Não me deixes de fora! Não disse eu
Sempre a verdade nos meus livros? E agora
Tratais-me como um mentiroso! Ordeno-vos:
Queimai-me!

(Bertold Brecht)

Acendeu a luz e leu
leu e a luz
se acendeu.

(Joaquim Pedro Barbosa, poeta mineiro)
Imagem: Torre de Livros - Pinacoteca do Estado de São Paulo

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