sábado, 12 de dezembro de 2009

VENTO, ÁGUA, PEDRA


A água perfura a pedra,
o vento dispersa a água,
a pedra detém ao vento.
Água, vento, pedra.


O vento esculpe a pedra,
a pedra é taça da água,
a água escapa e é vento.
Pedra, vento, água.

O vento em seus giros canta,
a água ao andar murmura,
a pedra imóvel se cala.
Vento, água, pedra.

Um é outro e é nenhum:
entre seus nomes vazios
passam e se desvanecem.
Água, pedra, vento.




Poesia: Vento, Água, Pedra de Octávio Paz, poeta mexicano.
Imagem: o que me arde é chuva:
http://br.olhares.com/o_que_me_arde_e_chuva_foto1970187.html

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