terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"A gente tem fome de quê..."


Uma pesquisa realizada em alguns países da América do Sul, revela algumas demandas dos jovens quanto às políticas públicas para a juventude. A principal delas, apontada como a de maior relevância é a educacional. Medidas para garantir o acesso não têm dado conta da permanência e do sucesso escolar, apontando que há uma seletividade no interior da escola devido à forma de organização dos tempos, da grade curricular e da pouca flexibilidade existente na estrutura educacional, o que acaba impelindo para a evasão por não alcançarem desempenho esperado compatível.
A inclusão digital e o uso das novas tecnologias, mas sobretudo o grau de proximidade que deve haver entre a escola e o mercado de trabalho são apontados como indicadores de qualidade.
A continuidade dos estudos, para além da educação básica, garantindo a sequência à vida escolar, com ensino médio, cursos técnicos e acesso à universidade, pública e gratuita também foram apontados.
Para os jovens que já estão no mercado de trabalho, as solicitações são de maior adequação da vida escolar às condições de vida, à maternidade e ao trabalho.
Muitos abandonam a escola por falta de condições, de meios de transporte e por não ter como conciliar os tempos de trabalho, escola e maternidade. Medidas simples como a flexibilização da grade curricular e de horários, aparecem como sugestões.
Outras demandas foram apontadas como: direito à cultura, respeito à diversidade, segurança e a educação ambiental.
Em síntese: os jovens querem uma escola que 'caiba na vida'.
A nós, educadores, cabe a responsabilidade em planejar ações para que, dentro da nossa esfera de atuação, os direitos sejam exercidos plenamente.

Um comentário:

  1. Estando na escola parte da responsabilidade sobre o futuro das sociedades, estou de acordo que o papel dos educadores é cada vez maior e de maior responsabilidade, no entanto existem outros patamares de responsabilidade que devem ser assumidos .
    Família : A base de tudo !
    Penso que antes dos educadores é importante criar condições para as famílias poderem apoiar e motivar os jovens para a escola, é necessário envolver as famílias, no fundo responsabilizar pelo sucesso ou insucesso dos jovens na vida escolar .
    Em minha opinião aos educadores mais que motivar os jovens devem procurar juntos dos organismos do estado as condições mínimas para que esses jovens se sintam naturalmente motivados, sei que isso não é a vocação natural do educador o ser negociador junto dos governos, mas em minha opinião é esse o ponto de partida .
    Antes de actuar no terreno devem os educadores fazer chegar junto das entidades competentes as suas necessidades, e projectos de forma organizada para que consigam melhorar as condições de trabalho e com isso por em pratica planos que como disse antes devem passar pela família e pela escola .
    Assumir responsabilidades directamente junto dos alunos sem primeiro obter as condições para isso, é como construir uma casa pelo telhado.
    Excluindo os países mais desenvolvidos provavelmente os do Norte da Europa penso que tanto os países da Europa mediterrânica como os da América do Sul deviam concentrar os seus esforços na criação de uma escola capaz de motivar família, alunos e educadores, para que seja possível “ criar “ os homens e mulheres do amanha com características psicológicas para um mundo demasiado moderno para as suas capacidades.
    Não sou da área da educação , mas sinceramente temo que se os educadores tentarem sozinhos levar esta empreitada de motivação vão se desgastar rapidamente e eles próprios se desmotivarem por falta de resultados visíveis.
    Portugal vai ter como escolaridade obrigatória o 12º ano ou seja o passo seguinte é a entrada na faculdade, sendo hoje Portugal um pais que perdeu parte da sua industria tornando-se um pais de prestação de serviços estamos facilmente a criar Doutores que não vão ter espaço para exercer ou seja estamos a colocar já Doutores sentados a mesas de repartições ganhando pouco acima de salário mínimo, criando frustrações que se vão reflectir depois na construção familiar e na educação dos filhos e com isto voltamos ao inicio , ou seja andamos em circulo, pois nada é feito pela base e a longo prazo.

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