quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sobre gente, bichos e plantas.

Depois de dez horas corridas na escola, finalmente cheguei em casa. Das dez horas, pelo menos nove foram em frente ao computador, editando os textos finais das avaliações.
Merecemos, portanto novas imagens...
Trabalhar nessa escola é muito bom, não só porque sinto que sou benvinda e acolhida, mas ali há uma cumplicidade e uma amizade que não se têm em outro lugar, seja pelas companhias que são muito agradáveis, seja pela relação profissional que é baseada no respeito mútuo. Tenho admiração por esta equipe e orgulho por fazer parte dela.
Falar daquele espaço privilegiado tira dos meus olhos o cansaço porque traz as imagens da natureza exuberante que tem ali: flores (camélia, hibisco, lírio, orquídea, girassol); árvores frutíferas (jambo, abacate, acerola, ameixa, tamarindo, jatobá, jaboticaba, romã, manga); árvores raras como a 'ceboleira' ou em extinção, tombada e preservada, como o anjico branco; nobres como o mogno; famosas como o pau-brasil(doadas numa época em que se buscava recuperar um pouco o sentido de pátria, de nação desde a infância); o ipê amarelo, árvore símbolo do Brasil, o ipê roxo, o ipê rosa; outras grandiosas como a figueira (falsa seringueira), o flamboyant, que tem mais de um exemplar e aquela meio mãe, cuidadosamente de guarda ao lado do tanque de areia, dando sombra e proteção ao brincar: o chapéu-de-praia;
Tem a horta, ou teve, porque se renova sempre, com o amendoim que as 'crianças' da Rose plantaram, o milho das turminhas da Ângela, da Renata e da Marisa; as verduras das turminhas da Luz, da Regina e da Maria José.
Crianças que afagam a terra, que plantam, que cuidam, que regam, que colhem e fazem saladinha de verdade, e comem, claro!!
O espaço é amplo, tem muito mais. Os animais: patos, galinha d'Angola, galinhas caipiras, garnizés e coelhos que são os favoritos e que mais interagem com as crianças.
Tem ainda o nicho do 'bambuzal', remanescente de um tempo em que toda aquela região era repleta de taquaras e a isso se deve o nome do bairro vizinho - Taquaral.
O dia corre no canto dos pássaros, no canto do galinho garnizé que sobe na pedra (aquela, com a placa do nome da escola), faz pose e emite um canto que os desavisados poderiam jurar que ele tem três vezes mais o seu tamanho. Ali tem até um predador: um gambazinho que só aparece em dia de chuva e nos dias de muito silêncio, quando não tem aula (sabidinho!!). A lei da natureza impera nesses dias e ele, o gambazinho, sequer toma conhecimento da relação afetiva que temos com os coelhinhos filhotes... precisa dizer mais?

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