domingo, 13 de abril de 2008

Qual será o tempo ideal?

Minha filha faz 17 anos hoje. O tempo parece que passou rápido, desde o nascimento, em 1991. Tantas coisas aconteceram de lá pra cá, e apesar dela ser 'tão menina' já tem uma história que dura 17 anos - 'foge o tempo, irreparável !!!'.
Ela quer fazer uma tatuagem.
Tatuagem? Não poderia escolher um presente mais prático?
Uma tatuagem envolve tantas reflexões!! Reflexões estas que ela já fez, antes mesmo de oficializar o pedido. As tatuagens trazem em si um valor simbólico. A opção dela, não menos diferente, tem a intenção de representar a sua posição em defesa da vida, de maneira ampla e em especial, em relação aos animais. Escolheu um golfinho, como porta-voz dessa mensagem que ela pretende traduzir em imagem. A imagem do golfinho vai circundar o tornozelo, que envolve e representa o seu abraço e a sua aliança em torno da causa. (Bonito isso, fico pensando cá com meus botões).
Contudo, tatuagens envolvem reflexões também para as mães: fico pensando sobre o tempo para se fazer tatuagens: 17 anos me parece muito cedo... Pensamentos de ordem moral ou apenas temores comuns às mães, de que uma marca assim possa, pela exposição, vir a ser objeto de diversas interpretações? Que mãe quer isso? Difícil ligar o 'dane-se' nesse momento e tantas outras preocupações me ocorrem. Sei que a atitude dela não é leviana - Ela é muito responsável com os seus compromissos, sempre muito ética e organizada, apesar dos 17 anos. Será só uma preocupação de uma mãe zelosa? Quero crer que sim. Estou entre: é muito jovem, por ter apenas 17 anos e é muito responsável, apesar dos seus 17 anos. Conflito de mãe...só pode ser.

Ainda não cheguei a uma conclusão. Penso que a imagem vai fortalecê-la ainda mais nas suas decisões em favor da vida. Por enquanto esse argumento tem sido o suficiente para o 'sim', então, já a presenteei.
Parabéns Larissa, pelo dia de hoje, mas sobretudo pela pessoa que você já é.
Besinhos carinhosos.

Um comentário:

  1. Que texto bonito .

    Um texto na primeira pessoa onde são colocadas as nossas fragilidades é sempre algo de positivo e ate nós da uma imagem mais real de quem o escreve .
    Sou pai ,e tenho tido muitos dilemas desses , tenho tido muitas “ tatuagens “ algumas como presentes outras que me caem nos braços sem eu nada fazer por isso , sei bem o dilema do bem e do mal , do correcto e não correcto do responsável ou nem por isso .
    Feliz a mãe que sente este dilema perante um presente de aniversario de 17 anos , se sente o dilema é porque sente que existem condições para dar o presente eu posso dizer que já paguei “ tatuagens “ sem essa certeza.
    Uma tatuagem é um marco que fica marcado na nossa pele , é algo que nos vai acompanhar para toda a vida, por isso deve ser algo bem pensado e ponderado e estou certo que Lari ponderou tudo ao pormenor, e será de forma orgulhosa que vai partilhar a sua vida com esse golfinho que certamente vai ter nome e que será parte dela, será parte da sua personalidade .
    Adoro dar presentes , não espero por ocasiões especiais para dar um presente , dou pelo prazer de partilhar e ver os outros felizes e por isso sou muito rígido nos critérios de presentear pois escolho os presentes em função de quem os vai receber, tento criar uma simbiose entre o presente e o presenteado de forma a que tudo faça sentido e por isso deixo aqui o meu compromisso á Lari , se um dia esse golfinho quiser olhar no outro tornozelo um outro golfinho ou uma pequena flor ou algo que defina a sua ( Lari ) personalidade ….. será um presente meu !!
    Mesmo já tendo passado , deixo aqui um beijo especial á Lari e á mãe que mesmo em segundo plano também esta de parabéns .

    ResponderExcluir