terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Na hora da virada...

Precocemente, um festival de luzes se espalha pela cidade, por volta de novembro, contribuindo para que ela adquira o clima festivo e incorpore, com certa antecedência, o espírito natalino. A diversidade de luzes, cores e formas atribui novos contornos à paisagem urbana, valorizando cada componente cuidadosamente decorado com pisca-piscas, cascatas, cortinas de luzes, estrelas, renas, etc.
Na virada do ano, além das luzes, também a queima de fogos tem tido uma adesão maior por parte dos moradores do 'nosso bairro'; reservadas as proporções, tem sido um exuberante espetáculo pirotécnico que não deixa a dever às grandes exibições na televisão (estas, por serem vistas através da 'telinha', restringem alguns sentidos).
Ainda que em menor escala, mesmo assim foi muito emocionante e trouxe 'magia' àquele momento.
Apostando no evento, as pessoas sairam à rua em grandes blocos, trazendo taças e champagne, vestidos ou não com as tradicionais roupas brancas, todos com o propósito de viver aquele instante efêmero e inusitado.
A cada nova explosão que pipocava no céu, provocava exclamações espontâneas das mais diversas: Ai, que lindo!! Olha aquele ali! Olha!! Nossa!!! Que maravilha!! -dito aos sussurros por alguns enquanto outros apenas silenciavam, para interferir o menos possível na fantasia.
Da idéia inicial das antigas tradições orientais que 'fazer barulho afugenta os maus espíritos', evoluímos dos simples rojões para os fogos de artifício, menos barulhentos e mais elaborados, com os efeitos ampliados.
O bem estar que é mobilizado, as antigas mágoas que são superadas, o povoar a mente com novas imagens que são capturadas, cada um à sua maneira, de seu ângulo e do seu ponto de vista, nunca iguais, irrepetíveis, assim como deve ser cada novo dia, é de uma emoção indefinível.
Enquanto as surpreendentes estrelinhas explodem em forma de coqueiros, tulipas, anéis ou bolas, que tão rapidamente quanto vem, bailam e se exibem, se apagam; invadem com sons e cores o lugar-comum até então ocupado pelos pensamentos racionais como as promessas de mudanças, a retrospectiva do ano que passou, as expectativas do vir-a-ser político-econômico-ambiental para o ano novo; elas tecem nova geografia de relevos surreais, e aí, sim, permanecem acesas nas memórias, rubricam os sonhos de infância sob os olhares lúdicos, igualando a todos, adultos e crianças.
Colocar diante dos olhos das pessoas tantas luzes, tantas cores, provocar sentimentos ainda que fugidios, que mesmo difíceis de traduzir dêem lugar às obscuridades vividas no ciclo dos 365 dias que, empíricamente estava se encerrando, penso que possa ser mais uma idéia a agregar-se àquela inicial de se comemorar a vinda do novo ano com muito barulho.
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