sexta-feira, 24 de abril de 2009

A História Oficial




Estamos lendo e estudando nas aulas da professora Dra. Corinta. textos que nos vão dar subsídios para construirmos nosso paradigmas indiciários. No meu entender, elaborei uma definição: coletamos elementos que denotem e caracterizem uma época para que possamos identificar, dentro de uma leitura atual, uma visão mais aprofundada dos fenômenos que elegemos como objeto de estudo e as circunstâncias em que ele se desenvolve .
Assistir o filme 'A Histórial Oficial' foi uma das tarefas de casa, cujo objetivo era percebermos a transformação da professora no decorrer do filme. Ela, que, no início, demonstra uma postura bem dentro dos moldes de uma escola tradicional, vai aos poucos sendo a construtora da trama, na coleta de indícios e fragmentos que vão compor o seu 'quebra-cabeças' ou puzzle.
Muito me encantou rever o filme com esse foco na professora. A primeira vez que assisti, ele estava inserido num contexto sobre a ditadura na América Latina e eu tinha o olhar mais voltado para essas questões. Esse filme fez parte de um conjunto de livros e filmes em que eu procurava desvelar fatos que ocorreram nesse período, marcado pela obscuridade. Cito "O desaparecido" (Missing) e "Prá frente Brasil" (nesse, em especial, chamo a atenção para a cena de tortura onde um dos torturadores fala inglês, reforçando que as técnicas de tortura nos eram ensinadas pelos americanos) e os livros: A Face Oculta do Terror (A. J. Langgutt), Batismo de Sangue (Frei Betto) e 'O que é isso, Companheiro' de Fernando Gabeira.
O que me marcou agora, ao rever o filme, foi a expressão da Alícia, olhando para os alunos, quando percebe que, eles sim, é que tinham conhecimento da história (oficial); ela os olha como se os estivesse vendo pela primeira vez (e acredito que estivesse mesmo); revela, no modo de olhar, que está reelaborando as suas hipóteses(atitude muito comum às crianças e bem menos presente nos adultos) sobre a história, de tal forma, que me reportou a outro filme: Toy Story, quando da decepção do Buzzy- o astronauta, ao se perceber ser apenas um mero brinquedo. Esse momento pra mim é o marco, o ponto de partida por onde ela vai trafegar em busca da verdade que entrelaça a sua história de vida e a história política do país.

Participar dessas discussões está sendo de grande aprendizado, de enriquecimento profissional e pessoal.

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